quinta-feira, 11 de agosto de 2016

Marlindo Paraíso e A Kombi do Amor por Diogo BArreto

Marlindo Paraíso e a Kombi do Amor

Marlindo Paraíso e a Kombi do Amor. Nem tudo que reluz é ouro, nem prata ou bronze. Temos aqui o novo curta metragem do italiano radicado e com família em Salvador, com traços e origens egípcias Max Gaggino, Brasil, 2016. A obra fílmica em questão aborda o universo popular e brega, mas não somente isso, leva-se em conta também a complexidade existencial de apresentador ( ou animado?) de televisão que tem como missão juntar novamente corações partidos devido aos percalços da vida. É realmente muito massa como a comunidade na qual a fita foi filmada, abraça o projeto do cineasta italiano; por vezes parece que ele convidou todos a um churrasco e na hora disse que ia rodar um curta lá. Todo mundo com sua cervejinha na mão e naturalidade mais acho impossível. Entretanto voltemos ao nosso protagonista; trata-se de um "Varelão" ou um Bocão, ou até um Datena da vida, mas só que com viés romântico não político , Pois bem, esse cara , que todos pensam que é alegre o tempo todo, assim como aparece na televisão, tem uma puta solidão na vida real. Ou seja: o seu oficio é juntar pessoas , mas ele que é bom , nada! Podemos ter uma noção da sua solidão quando conversa com o câmera man e motorista da Kombi do amor: " Porra motor, hoje você tá um filósofo da porra!". Essa frase solta e sem muito entusiasmo indica que nosso protagonista sofre uma profunda crise existencial e ainda mais: recorre a vã filosofia e livros de Jorge Amado para descobrir o que é a vida e como viver e se apaixonar por outra pessoa, já que ele está careca de ver pessoas apaixonadas, mas por tanto ver isso, ele meio que se bloqueia nesse quesito de doar seu coração a outro alguém, seja lá quem for. Calhou de ser uma entrevistada sua que fora rejeitada pelo pai do seu filho. O nosso Marlindo então, por pena, abre a porta do seu apartamento na Amaralina e abriga a moça e seu pequeno filho. Onde se come um, pode-se comer dois e até três; com esse papo "Marlin" conhece que o amor é mais doar-se que ganhar algo, e que cada doação pode trazer algum fruto inesperado , como o amor ou apenas a admiração de outro alguém. O curta vai tentar seguir o mesmo trajeto do penúltimo do diretor que teve sucesso em Gramado. A nossa torcida será toda pra Marlindo Paraíso em Gramado neste mês.